O NATAL E SEUS SÍMBOLOS
Extrato do livro “O Natal e seus símbolos” do Irmão
Nery, fsc
Dr. Laís Marques da Silva
O Natal é uma palavra a que estão ligados numerosos
símbolos e, sobretudo, a Jesus de Nazaré - a encarnação de Deus. No entanto, a
ação paganizante da sociedade de consumo nos está levando a uma visão de compra
e venda e de muitos “comes e bebes”, esvaziada de conteúdo cristão. No dia do
Seu aniversário, o Senhor está sendo cada vez mais deixado de lado.
No entanto, o Natal é mais do que uma
comemoração, é uma celebração, um renascimento para uma vida nova em Cristo e
por isso é preciso cristianizar o Natal.
O símbolo é muito importante porque representa
uma síntese em face da multiplicidade das coisas que nos cercam. É a unidade
daquilo que é múltiplo. Os símbolos são capazes de unir pensamentos e
sentimentos em torno de uma certa realidade e torná-la presente, de evocar
valores íntimos do homem, de envolver as pessoas numa mensagem e de
modificá-las.
Eles são necessários à
vida e, em especial, para a vida sagrada porque os símbolos e sinais são a sua
linguagem.
O objeto, a coisa em
si, pode ser irrelevante, mas, como sinal, pode ganhar um valor inestimável.
Uma simples pétala de flor pode ser guardada como um tesouro precioso, um
objeto simples que ganhou grande valor de estimação. Como símbolo, as coisas
podem ganhar um significado especial, um conteúdo próprio.
O Natal nos traz o
Proto-Símbolo - Jesus Cristo - símbolo absoluto de Deus, sua presença e
revelação: “Quem me vê, vê o Pai”. Celebrar o Natal é viver na fé este
símbolo-realidade, hoje, aqui e agora.
Apesar de toda a
paganização do mundo moderno, o homem conserva os símbolos de Natal porque,
arquétipos que são, não desaparecem do subconsciente do homem. Assim, continuam
por tradição ou por conveniência. Mas as pessoas não conhecem os seus
significados e os símbolos vão se esvaziando, perdendo o seu sentido e a sua
riqueza.
O SOL
Quase nada ficou desse
símbolo que está na base da fixação da data de 25 de dezembro para o nascimento
do Cristo. Esta data marca o solstício de inverno no hemisfério norte e,
antigamente, neste dia os pagãos faziam festas. A data era importante para os
povos do Hemisfério Norte porque o sol se apagava de dezembro a março, como se
isso prenunciasse o fim da vida.
Os pagãos acendiam
fogueiras, ornamentavam as ruas com flores e galhos de árvores e erguiam
altares nas suas casas. Pediam aos deuses que o inverno fosse brando e que o
sol logo voltasse na primavera. A fé cristã encontrou estas tradições arraigadas
e não teve como extirpa-las.
Parece que foi
Constantino, no fim do seu reinado, (ele morreu em 337) quem decidiu que se
celebrasse o Natal em 25 de dezembro em todo o Império Romano e os cristãos
deram um conteúdo novo a esta data - “Cristo, sol da esperança sobre o mundo”.
O PRESÉPIO
É a reconstituição da
cena do nascimento de Cristo, envolto em faixas, inclinado em uma manjedoura,
uma gruta-estábulo, com feno, o boi e o asno. Presentes também Maria, José e o
burrico que transportara a família de Nazaré para Belém.
Em 1223, Francisco de
Assis resolveu celebrar de uma maneira nova a festa do nascimento de Cristo e
montou o primeiro presépio numa gruta. Para ver essa cena, vieram muitas
pessoas de diversas regiões, inclusive frades, em procissão, com suas tochas
acesas. Assim a localidade de Greccio se tornou uma nova Belém. Passados tantos
séculos, o presépio continua sendo, depois da missa, a maior celebração do
Natal.
O presépio permite
visualizar, facilita a meditação, sensibiliza as pessoas para o mistério de
Jesus Cristo que nasceu na pobreza e na simplicidade para fazer o homem mais
humano.
O PINHEIRINHO DE NATAL
É adornado com lâmpadas, bolas, algodão,
pisca-pisca e a estrela brilhante na ponta. Desde o século XVI o pinheirinho
participa das festas de Natal. A referência mais antiga feita a ele remonta ao
Natal do ano de 1539, em Estrasburgo. Mais tarde, Charlotte Elizabeth da
Baviera, esposa do Duque de Orleans, introduziu a árvore de Natal na França.
Daí foi para a Inglaterra e a América do Norte e se espalhou pelo mundo.
A relação entre a
árvore e o Natal vem dos primeiros séculos do cristianismo com São Vilfrido,
que pregava a nova fé para os pagãos da Europa Central. Entre eles havia a
crença de que um espírito livre habitava cada carvalho da floresta e era com
esta madeira que se mantinha acesa a chama sagrada dos druidas. São Vilfrido
não conseguia arrancar esta crença do povo e resolveu demonstrar a fragilidade
dos ídolos derrubando um velho carvalho existente na frente da sua igreja e a
lenda diz que, neste momento, armou-se uma grande tempestade e um raio caiu
sobre a árvore partindo-a em pedaços e espalhando sua madeira por toda parte.
No entanto, um pinheirinho muito novo e verde que estava no local da queda
ficou milagrosamente incólume. Vilfrido viu nesse feito uma mensagem divina, ou
seja, a proteção à infância e à inocência e, no sermão daquela noite, resolveu
que o pinheirinho seria, dali por diante, a árvore da paz e da candura. Além do
mais, como se mantinha verde mesmo no inverno mais rigoroso, poderia ele ser
considerado como um símbolo de imortalidade. No Natal daquele ano fez do
pinheirinho a árvore do Menino Jesus.
Mais tarde, São
Bonifácio, o grande apóstolo da Alemanha, teve um problema semelhante com os
pagãos e derrubou um carvalho sagrado, o carvalho de Odin, e com a madeira
construiu uma pequena igreja em honra a S. Pedro. O carvalho de Odin era
cultuado de modo solene nos dias que antecediam o solistício hibernal,
normalmente época de tempestades e vendavais que eram interpretados como
efeitos dos espíritos selvagens do deus Thor e da sua comitiva.
As passagens bíblicas
que faziam referência à árvore foram encontrando eco no coração do povo. Cristo
declarou ser tronco, seus seguidores os seus ramos e as boas obras os frutos da
justiça, do amor e da paz, que são simbolizados pelas bolas luminosas e
resplandecentes que colocamos nas árvores. “Permanecei em mim ... como o ramo
não pode dar frutos se não permanecer na videira, assim também vós, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a Videira e vós os ramos. Aquele que permanece em
mim e eu nele produz muito fruto, porque sem mim nada podeis fazer”. É preciso
que nos aproximemos do tronco da Graça, da Árvore da Vida: Jesus Cristo.
PAPAI NOEL
É a figura mais popular
e querida das festas natalinas. Fica com um destaque tão grande que supera o do
menino Jesus e estaria até ofuscando o essencial da festa de Natal. É preciso
estudar e redescobrir a sua origem, a sua verdadeira dimensão, encontrar a sua
mensagem e situá-la no devido lugar dentro da grande celebração natalina.
É a representação
estilizada e modernizada do grande santo que foi São Nicolau de Mira, venerado
em Bari, na Itália, e que viveu na Ásia Menor. Foi um dos santos mais
preferidos da Idade Média com numerosas igrejas dedicadas ao seu culto. É
considerado protetor das crianças e dos marinheiros e ainda hoje, em países
como a Holanda, ao se desejar boa viagem aos marinheiros se diz: “que São
Nicolau manobre o seu leme”.
Na Idade Média, nas
representações teatrais e nas festas envolvendo a figura de S. Nicolau ao redor
da sua data litúrgica, seis de dezembro, surgiu um severo velhinho que
distribuía pelas ruas presentes às crianças bem comportadas, o que tornou estas
festas tão apreciadas pela garotada e ao que conhecemos hoje como Papai Noel.
Em alguns países a lenda afirmava que era o próprio santo quem distribuía os
brinquedos.
A junção do dia seis
com o 25 de dezembro, mudando a data da distribuição dos brinquedos, ocorreu na
época de Henrique VIII que, rompendo com a Igreja, quis criar costumes próprios
e passou para o dia de Natal a entrega de brinquedos que até então ocorria no
dia seis.
A figura do Papai Noel,
embora estilizada e dominada pela máquina de consumo, representa ainda uma
homenagem ao generoso santo que por volta de 1700 fazia o bem e trazia sonhos e
sorrisos às crianças. Além disto, essa figura contém outras riquezas a serem
vividas como: a alegria do velho em conviver com as crianças, o cultivo da
capacidade de sonhar e de fantasiar da criança, o desenvolvimento do senso de
justiça pela premiação e ainda a valorização do velho.
OS PRESENTES DE NATAL
Dar presentes nesta
época era também um costume pagão que a tradição cristã foi assimilando e
transformando. Os antigos romanos costumavam mandar presentes para os amigos no
Ano Novo, que coincidia com os festejos do deus Janus, no solstício de inverno.
Faziam também solenidades e festas, o que deve ter dado origem ao nosso atual
“reveillon” e às comemorações que são acompanhadas de farta comida. Aqui a ceia
de Natal encontra a sua origem.
Com a passagem do dia
de São Nicolau para o dia 25 e como o Papai Noel implicava em dar presentes,
fixou-se a tradição dos presentes de Natal.
Inicialmente, os
presentes eram colocados na lareira mas, depois, o local foi mudado por
Elizabeth I. A rainha da Inglaterra ganhava muitos presentes, sobretudo tecidos
para seus vestidos e, como não podia recebê-los pessoalmente, acertou que as
ofertas deveriam ser colocadas no pé de uma grande árvore existente no jardim do
palácio. Este costume veio depois para a América.
Deus também deu a toda
a humanidade o maior e o melhor dos presentes: Jesus Cristo, envolto na
embalagem simples e pobre do presépio.
REIS MAGOS
São conhecidos pelos
nomes e até mesmo pelos detalhes das suas roupas, mas são os mais difíceis de
se pesquisar. A única referência bíblica é feita por S. Mateus: “Eis que vieram
os magos do Oriente” e magos eram os estudiosos dos astros.
Mais tarde, São Leão
Magno os definiu como sendo três e os fez diferir do ponto de vista racial: um
branco, um amarelo e um negro, o que mostra o desejo de que representassem as
três raças humanas conhecidas.
Os nomes de Melchior,
Gaspar e Baltazar, bem como as suas idades, tipos físicos e vestimentas, são
pura fantasia. Em Bolonha, há até um túmulo muito visitado e que é atribuído
aos magos. No entanto, não há qualquer fundamento histórico nisto. Mesmo sendo
fruto da literatura e da fantasia, há neles uma rica mensagem. Os magos
representam os estudiosos, os sábios, os reis, os cientistas, os pesquisadores
perguntando, consultando e buscando os sinais. São os ricos e sábios que têm
acesso ao Senhor, desde que na humildade o busquem. Lá estavam ao lado dos
pobres pastores, que pertenciam à classe social mais baixa da época.
Vieram do Oriente, do
lugar de onde vem o sol, fonte da vida, e Jesus veio para trazer-nos vida.
Vieram de longe - peregrinação e caminhada - e Ele está conosco, trilhando o
nosso caminho.
A ESTRELA
S. Mateus colocou na
boca dos magos: “Vimos a sua estrela no Oriente”.
A estrela era um motivo
muito usado pelos povos daquela época. Era uma imagem muito usada no mundo
helênico para indicar que cada um tinha a “sua estrela” e para mostrar que cada
um tinha o seu destino. Os grandes homens tinham as suas estrela, que aparecia
no momento do nascimento. Entre os judeus também havia esta crença. Corria que
no nascimento de Abraão, Isaac, Jacó e especialmente no de Moisés, apareceu uma
estrela no céu.
Entre os antigos, as
estrelas eram consideradas como seres animados e de natureza espiritual;
divindades para os pagãos e anjos para os judeus cristãos. Aí não há diferença
entre a estrela que guia os magos a Belém e os anjos que levam os pastores ao
presépio. Nos dois casos, a Divina Providência guia o homem.
A tradição criou a
expressão gráfica da estrela com quatro pontas representando os pontos
cardeais, ou seja, os quatro cantos do mundo a apontar o universalismo da Nova
Aliança, do Evangelho.
Cada cristão deve ser
uma estrela luminosa a guiar os homens para Cristo. Esta é a linguagem da
estrelinha que colocamos em nossas casas.
REFEIÇÃO DE NATAL
Desde tempos imemoriais
os homens festejam as suas alegrias compartilhando uma refeição. A alimentação
está ligada à vida, à alegria, ao prazer e à felicidade. É um ato de comunhão e
de fraternidade.
O caráter da refeição
como comunicação, comunhão e encontro é tão forte que, em todas as religiões,
existe a refeição sagrada. No Natal, o momento mais sagrado é o da participação
na ceia de Cristo. A mesa farta evoca a terra prometida onde correm o leite e o
mel. As iguarias raras desta ceia significam que nada neste mundo se compara ao
que foi preparado para nós na eternidade.
As castanhas e nozes
dão a idéia da humildade porque, por traz daquele aspecto duro e feio, se escondem
frutos saborosos.
Na ceia há o encontro
de pessoas, abraços, votos, sorrisos, lagrimas, perdão, carinho. É Natal, é
paz, é vida, é amor. Jesus Cristo aqui e agora, no meio de nós, no nosso
semelhante, na fraternidade.
A VELA DE NATAL
Por muitos séculos a
tocha, a lamparina, o lampião e a vela iluminaram a noite dos homens, cheia de
trevas, de perigos e de medo e por isto as suas chamas foram valorizadas pelos
homens. Naquele tempo, o homem contemplava a chama e descobria algo de sagrado
naquele fogo: luz, visão, calor, segurança e vida.
Os cristãos logo
fizeram a ligação entre a luz e Jesus Cristo e, conseqüentemente, com a vela e
a lamparina.
A conexão de Cristo com
a luz ocorreu com a Ressurreição. O “fogo” de Pentecostes iluminou as mentes
dos principais cristãos, abrasou seus corações e impulsionou as suas
vontades. Os cristãos criaram a grande
vela, o círio pascal, todo enfeitado e soberano. Na noite de Páscoa, os
cristãos acendem esta grande vela com a faísca tirada de duas pedras, símbolos
da rocha do sepulcro, do qual Jesus saiu redivivo e transformado.
Acender a vela é um ato
de fé, uma busca da luz da Ressurreição que fez do menino de Belém o Filho de
Deus, o Messias.
O próprio Cristo nos
diz: “Vós sois a luz do mundo ... que a vossa luz brilhe diante dos homens para
que vendo as vossas boas obras glorifiquem o Pai que está nos céus”.
Os cristãos devem ter
bem acesa a chama da fé que ilumina o caminho dos homens e os conduz a Jesus
Cristo.
Com a vela do batismo
marcamos o nosso nascimento (Natal) e a nossa inserção no mistério da redenção
(Páscoa).
Precisamos recuperar a
riquíssima linguagem simbólica e sacramental da vela, especialmente na Páscoa e
no Natal.
CARTÕES DE NATAL
O homem é um ser social
e tem necessidade de comunicação e de comunhão com o seu próximo. Na
comunicação, os cristãos usam muito a palavra escrita e dão à palavra uma
importância especial e profunda, herdada da mentalidade hebraica. Nela, a
palavra é a própria pessoa, um dos modos de ser de uma pessoa.
Em Isaias encontramos:
“tal como a chuva e a neve caem do céu e para lá não voltam sem ter regado a
terra, sem ter fecundado e feito germinar plantas, assim acontece com a palavra
que a minha boca profere; não volta sem ter produzido o seu efeito, sem ter
executado a minha vontade e cumprido a sua missão”.
Em S. João encontramos:
“No princípio era a Palavra e a Palavra estava em Deus e a Palavra era Deus”.
Neste contexto, os cristãos assumem a Sagrada Escritura com sendo a Palavra de
Deus escrita. É a carta de amor de Deus para os seus filhos.
O costume de enviar uma
mensagem escrita no Natal e na Páscoa está muito ligada a três realidades: 1.
Homem-comunicação; 2. Bíblia-palavra de Deus escrita e 3. Jesus Cristo-Palavra
de Deus encarnada.
Na noite de Natal, Deus
nos envia, com Jesus, os seus votos de justiça, amor, paz e libertação.
Por isso, devemos, nós
mesmos, escrever as palavras dos nossos cartões de Natal, guardando a
importância que elas têm.
NOITE FELIZ
Há mais de um século se
canta “Noite Feliz, Noite de Paz”. É o “Evangelho sonoro” do Natal.
Uma falha no órgão da
igreja de uma aldeia perdida nas montanhas de Oberndorf fez o padre Mohr
escrever a letra e o organista Gruber criar a música e, no Natal de 1818, ela
foi tocada e cantada em frente ao presépio para os habitantes de Oberndorf.
Stille Nacht - Noite Silenciosa, Herlige Nacht - Noite Sagrada. O sucesso foi
tal que alcançou muitas outras cidades e em 1853 o Kaiser Guilherme IV da
Prússia tornou-a obrigatória na Catedral, em Berlim.
Na Igreja de São
Nicolau, em Oberndorf, existe um relevo esculpido em homenagem aos dois
autores.
A letra desta canção no
Brasil é do Frei Pedro Sinzig e a melodia conserva o seu frescor, apesar do uso
abusivo feito nas propagandas comerciais. É preciso, no entanto, executá-la no
mesmo clima de simplicidade, de orações fervorosas e de paz com que foi tocada
e cantada naquele Natal de 1818 na igrejinha de Oberndorf para que ela conserve
o seu magnetismo nas nossas noites tão poluídas e ameaçadas.
GUIRLANDA
Seu uso pode ter origem
no costume que tinham os romanos de, nas calendas de janeiro, presentear as
pessoas com ramos verdes para expressar votos de felicidades no Ano Novo. No
entanto, os pagãos ao levar para a casa as guirlandas, levavam também a bênção
da natureza, uma vez que acreditavam serem elas portadoras de espíritos e
divindades.
Sabemos que a Igreja
primitiva foi tolerante para com os costumes dos pagãos. Ao invés de bani-los,
procurou dar a eles um novo sentido, um novo conteúdo.
A guirlanda, feita com
galhos de pinheiro ou de cipreste e decorada com laços e enfeites vermelhos e
ainda com quatro velas, é usada há séculos e se constitui num recurso prático e
bonito.
A cada domingo se
acende sucessivamente uma vela, nas quatro semanas preparatórias do Natal e
nele passa a reinar a grande vela do Natal.
É espera ativa e
esperança, é o preparo para a vinda do Messias, tal como fazia o povo de
Israel.
Precisamos dos sinais,
gestos, símbolos e costumes para ajudar a nossa memória, para nos dar um clima
próprio para o tempo do Advento. Orações, leituras, celebrações especiais e
ritos específicos dariam, juntamente com a guirlanda, um grande apoio à
comunidade cristã para que ela viva com maior intensidade o Advento, a espera
na Esperança.
SINOS
O uso de sinos e
carrilhões vem sendo cada vez menor, mas eles já foram o relógio das aldeias e
cidades e, naquele tempo, o seu som ecoava pelas montanhas, vales e aldeias.
Algumas comunidades se orgulhavam dos seus sinos e dos seus carrilhões. Eles
eram o relógio popular e não só isso, porque batiam com toques lentos,
espaçados e chorosos nos momentos tristes, mas bimbalhavam alegres nos domingos
e dias santos. Em alguns lugares eles ainda tocam a Ave-Maria.
No entanto, o máximo
esplendor era alcançado na Páscoa e no Natal, depois de se terem quase calado
na Quaresma e no Advento. O povo sentia aquela ausência dos sinos e, mais
ainda, a explosão de sons no “Gloria” da missa de meia noite da Páscoa e na
meia noite do Natal. Era o destampar de algo guardado sob pressão. Todos os
rostos se iluminavam, as vozes se libertavam, os abraços e beijos comunicavam
mais amor: Feliz Natal...Feliz Páscoa. E os sinos gritavam do alto das torres:
Nasceu Jesus ou o Senhor ressuscitou! Aleluia, Aleluia, Alegria, Alegria!
Mas, que pena! Eles
hoje estão mais nos cartões de Natal e nas guirlandas.
CORES
A Igreja marcou as suas
celebrações com cores, de acordo com o tempo litúrgico e com o significado das
datas. O verde representa a esperança, a certeza da vida eterna e o seu uso
maior é feito no “tempo comum”, ou seja, entre o Pentecostes e o Advento, a
parte mais longa do ano litúrgico. É a vida cristã do dia a dia, meditando em
Cristo e na sua mensagem.
O branco simboliza a
pureza, a paz, a tranqüilidade e a realeza. É utilizado nas festas de maior
gáudio: Páscoa, Natal e Celebração de Maria.
O vermelho simboliza o
amor, o amor de Deus para conosco. O sangue de Cristo derramado para a nossa
salvação. Significa também a realeza.
São essas as cores mais
usadas no Natal e a elas se acrescentam as cores litúrgicas como o dourado e o
prateado, representando a glória, a majestade e o Poder Infinito de Deus.
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