Foram quase 40% de queda na menor cotação desta quarta-feira (19). Em uma semana, a baixa se aproxima dos 30% e, no acumulado de maio, dos 33%. O Bitcoin tem estado nos holofotes do mercado nos últimos dias e, desta vez, não é por uma boa razão.
A criptomoeda desabou e chegou a bater no nível dos US$ 30 mil, seu menor valor desde fevereiro. A derrocada dos preços desde a madrugada pegou muitos investidores de surpresa e embalou a queda de outros ativos digitais, como Ethereum, com baixa da ordem de 25%, e Binance Coin (-27%), aquecendo novamente a discussão sobre o futuro desse mercado.
Diante do movimento tão expressivo, a pergunta que não quer calar é o que está por trás dessa venda desenfreada e onde ela vai parar.
► China
A China parece estar no centro da resposta. A piora do mercado teve início após o país impor restrições a transações que envolvam moedas digitais. Segundo agências de notícias, instituições financeiras e empresas de meios de pagamento chinesas não podem mais participar de quaisquer transações relacionadas a criptomoedas, nem devem fornecer serviços relacionados aos seus clientes.
► Elon Musk
É verdade, contudo, que o cenário já não andava positivo, especialmente após as declarações mais recentes de Elon Musk, CEO da Tesla, que suspendeu a venda de carros da companhia com pagamento em bitcoins.
“Estamos preocupados com o rápido uso crescente de combustíveis fósseis para mineração e transações com Bitcoin, especialmente o carvão, que tem as piores emissões de qualquer combustível”, disse o empresário, em nota divulgada no Twitter.
Musk ainda chegou a sugerir durante o último fim de semana que a Tesla poderia vender os bitcoins que possui.
► Stop loss
Para agravar o quadro, a forte queda do Bitcoin pode ter contado com um empurrão adicional de investidores que operam alavancados no mercado futuro e com ordens automáticas de venda quando a moeda atinge determinado valor, para conter perdas ainda maiores.
► Estímulos trilionários nos EUA
E como quarto fator nessa história estão os estímulos econômicos nos Estados Unidos. Há quem veja nas medidas adotadas para conter a crise um elemento que impulsionou a alta de preços das crioptomoedas, que teriam sido um dos destinos dos recursos adicionais no orçamento de boa parcela dos americanos. A retomada gradual da economia parece colocar em xeque essa consistência de alocação.
Por ora, analistas defendem não haver razões para pânico, mas também não consideram o momento propício para ir às compras.
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